É composto por um conjunto de 206 ossos articulados entre si formando o esqueleto humano. Quando somos bebês temos mais ossos, uns 300. Ao longo do nosso desenvolvimento eles se unem diminuindo assim seu número total.

Tem gente que nasce com ossos a mais e também tem gente que nasce com ossos a menos. Nessa vida terapêutica e escolar já vi muita coisa interessante! Dedos a mais é o que mais vi nas pessoas. Tem gente que tem dois baços, tem gente que não tem mais.

Gente com vértebras extras e também algumas pessoas com vértebras “com defeito de fabricação”.

Nossos músculos se prendem nesse esqueleto ósseo para em conjunto gerar um bom encaixe e um excelente movimento – sistema musculoesquelético.

As principais funções do nosso esqueleto são:

  • Proteção dos órgãos nobres;
  • Sustentação de partes moles, músculos, vasos, etc.;
  • Produzir células sanguíneas;
  • Armazenar Cálcio e Fósforo;
  • Movimentação geral do corpo.

O esqueleto humano pode ser dividido em duas grandes porções: o esqueleto axial e o apendicular. O esqueleto axial é aquele que forma o eixo principal do corpo e é constituído pelo crânio, vértebras, costelas e esterno. Já o esqueleto apendicular é constituído pelos membros (braços e pernas). Essas duas porções são unidas por meio das chamadas cinturas pélvicas e escapular. A primeira é formada pelos ossos do quadril, enquanto a segunda é formada pela escápula e clavícula.

Já escrevi aqui sobre nossa coluna vertebral, quadril e a maioria das articulações corporais. Inclusive sobre como podemos interpretar a metafísica, que é a somatização das nossas emoções nessas estruturas.

Nesse texto quero abordar um outro olhar, na verdade uma curiosidade.

Você sabia que existem diferenças estruturais entre o esqueleto feminino e masculino?

Apesar de serem bem parecidos, o tamanho dos ossos, o crânio e a pelve apresentam características próprias que determinam se o esqueleto é masculino ou feminino.

O antebraço e as mãos, assim como a perna e os pés dos esqueletos masculinos é maior que dos femininos.

No crânio existem diferenças entre as protuberâncias (“pontinhas’) dos ossos posteriores, diferenças na angulação da mandíbula e também no osso frontal, o que fica na nossa testa.

O quadril masculino difere do feminino especialmente pelo fato da passagem do bebê. Independente da mulher querer gerar filhos, ou não, seu quadril foi projetado para isso. A pelve feminina é menor, mais rasa e mais larga, e a cavidade apresenta uma forma mais circular. O cóccix, que é o último osso da coluna vertebral, é mais móvel em esqueletos femininos. O sacro, um osso em forma de triângulo, também no final da coluna vertebral e ligado à pelve é mais largo e mais plano nas mulheres. Todas essas distinções contribuem para o processo de dar à luz, permitindo que a cabeça e os ombros da criança passem através da cavidade.

E qual a importância disso tudo?

Poder identificar ossadas ajuda a desvendar crimes, explicar fatos históricos, reconhecer corpos, compreender a forma de vida dos antepassados e outras coisas que talvez nem eu imagine.

Será que essa estrutura óssea vai mudar?

Essa formação óssea toda se dá pela interação dos hormônios e dos hábitos de vida de cada geração dos seres humanos.

Estamos passando por tempos onde terapias hormonais são usadas em larga escala e os novos hábitos de vida, principalmente nas grandes cidades tem contribuído para o surgimento cada vez mais cedo de patologias ósseas e musculares ainda na fase de crescimento e maturação.

Estou escrevendo esse texto em fevereiro de 2023 e as crianças das cidades estão com baixos índices de vitamina D que é um dos principais hormônios para o crescimento ósseo e nervoso.

Embora o esqueleto de cada indivíduo se desenvolva de acordo com as instruções genéticas em seu DNA, ele pode se adaptar de acordo com as pressões que cada pessoa enfrenta na vida.

Esta constatação levou a uma disciplina conhecida como “osteobiografia” – literalmente, “biografia dos ossos” – que permite analisar um esqueleto para descobrir como o dono vivia. E se baseia no fato de que certas atividades, como andar sobre duas pernas, deixam uma marca, como ossos do quadril mais resistentes.

Os estudos recentes parecem não deixar dúvida de que a vida moderna está tendo um impacto em nossos ossos. Há vários exemplos – como a aparição de uma protuberância na base do crânio de algumas pessoas, a percepção de que nossas mandíbulas estão ficando menores e a constatação de que os cotovelos de jovens alemães estão mais estreitos do que nunca.

O que os cientistas descobriram foi impressionante. A protuberância era muito mais comum do que eles imaginavam – principalmente entre os mais jovens. A pesquisa mostrou que uma em cada quatro pessoas entre 18 e 30 anos tinha o nódulo ósseo. Acreditam que a presença cada vez maior desta protuberância se deve à tecnologia, particularmente à nossa obsessão por smartphones e tablets.

Na Alemanha, cientistas fizeram outra descoberta surpreendente: nossos cotovelos estão encolhendo. Christiane Scheffler, antropóloga da Universidade de Potsdam, estudava medidas corporais de crianças em idade escolar quando observou essa tendência.

Para descobrir, Scheffler conduziu um novo estudo – em parceria com alguns colegas desta vez – em que analisou os hábitos diários das crianças, que também usaram um contador de passos durante uma semana.

Os cientistas encontraram uma forte correlação entre a robustez dos esqueletos das crianças e o quanto caminhavam por dia. É sabido que toda vez que usamos nossos músculos, ajudamos a aumentar a massa dos ossos que os sustentam.

“Se você usa os músculos repetidamente, isso gera mais tecido ósseo, que se traduz em ossos mais densos e com maior circunferência”, explica Scheffler.

Além disso, os cotovelos encolhidos das crianças parecem uma adaptação direta à vida moderna, já que não faz sentido cultivar ossos dos quais você não precisa. (Fonte: https://www.bbc.com/future/article/20190610-how-modern-life-is-transforming-the-human-skeleton)

O que será que os arqueólogos do futuro vão encontrar quando examinarem nossos esqueletos?

Se não tomarmos cuidado, nossos ossos podem revelar uma alimentação pouco saudável, níveis impressionantes de sedentarismo e uma dependência mórbida da tecnologia.

Pesquisadores da Toll Free Forwarding, empresa de telecomunicações sediada nos Estados Unidos, criaram um modelo chamado Mindy. O avatar, segundo eles, fornece um vislumbre de como os humanos seriam em menos de 800 anos se continuassem dependentes da tecnologia. A projeção possui as costas curvadas, pescoço largo, mão em garra e até um segundo par de pálpebras.

Melhor mesmo ficarmos atentos aos nossos hábitos e em tempos modernos nunca foi tão importante caminhar ao sol para manter a estrutura física forte e saudável.