Há alguns dias minha gata Nala Bandida partiu para o “céu dos gatos” o que me causou uma emoção imensa e por isso, esse mês, presto uma homenagem a ela.

Foram 19 anos de vida juntas e há tempos eu não sentia uma tristeza tão profunda…

Quem tem um pet sabe bem e aqui já escrevi sobre “A dor do adeus” (Texto de fevereiro de 2019) quando Jimmy, nosso outro gato de 15 anos partiu.

Mas agora é diferente! Nala sempre foi “minha” e o Jimmy era dela! Ele veio para ela não ficar sozinha.

Peguei Nala em um pet shop, numa gaiola. Foi a aula comigo e chegou em casa em abril de 2002. Nunca a considerei uma filha, sempre a considerei uma parceira, companheira mesmo e ela sempre pareceu grata por termos dado a ela um lar! Muitos anos se passaram e construí com ela uma relação que não tenho com ninguém.

Bandida morou na Bahia, viajou de avião e de carro, nos últimos meses até conheceu a Serra da Canastra!

Não a deixávamos sozinha pois ela já estava “velhinha”, virou a Senhora Nala Bandida. E os tempos de pandemia estreitaram ainda mais a convivência e o amor.

Como é duro perder alguém e que momento triste estamos vivendo já há bastante tempo! Tantas perdas, tantas transformações…

Tenho mais habilidade em lidar com emoções como raiva e nervoso do que com sentimento tão profundo que é a tristeza. Parece que algo apaga um pouco a luz que a gente tem, a graça da vida diminui um pouco.

Vai passar! Eu sei, você sabe. Todos nós sabemos que o tempo realmente é o senhor de tudo. E que esses momentos de ausência nos ajudam a valorizar ainda mais a presença.

Todos os dias eu dizia a ela o quanto a amo e o quanto sou grata por ela me escolher como “dona” e me ensinar tanto!

E digo a você, meu amigo leitor: curta bem quem você tem! Não no sentido de posse e sim de companhia e relação. Curta a presença!

Abrace, beije, fale de amor e de tantas emoções. Registre os momentos e crie situações! Ainda que precisemos passar pela separação física, cada momento bom desses ajuda a cicatrizar o coração.

Recebi em um grupo uma mensagem que diz que seremos seres mais evoluídos quando aprendermos a tratar as pedras como animais, os animais como seres humanos e os seres humanos como divindade.

A relação com um ser de outra espécie despertou o meu melhor! Não tinha como esperar nada em troca: Nala não lavava a louça, não limpava a casa e não discutia a relação. Só me deu amor e trabalho.

Pouco trabalho! Sempre foi uma gata educada e obediente. Claro que aprontava as dela, afinal, não é a toa que seu sobrenome é Bandida.

Em nome dessa relação tão intensa, longa e sincera é que me concentro em sentir a dor e não transformar em sofrimento, afinal, cumpriu-se um ciclo natural.

Me solidarizo com cada pessoa que sofreu uma perda importante, independente de quem, quando ou como e rezo para que todos nós possamos viver em um mundo (ou um lugar) onde não precisemos nos separar!

Gratidão a cada pessoa que me ajudou, ao meu maridão que também sofre mas, me ajuda a ficar forte e a Nala, que viveu sua vida toda juntinho de mim!

E que o tempo continue nos ajudando a transformar tristeza e dor em saudade e eterno amor!