De um simples arranhão a um corte cirúrgico, quando há um ferimento que gera uma lesão entra em ação um time de células prontas para cuidar da situação!

Não importa se é na pele, no vaso sanguíneo, no músculo, no olho; onde o tecido precisar de reparo acontecerá o processo de regeneração celular que é a cicatrização.

Imagine que ocorre um acidente que quebra uma parede e estoura os canos de água. É preciso parar o vazamento de água para poder limpar e consertar. Com as lesões acontece igual!

As plaquetas vão estancar o vazamento, os fagócitos vão drenar e limpar e os macrófagos serão responsáveis por cimentar a área. Assim que ocorre a lesão uma série de substâncias químicas que ativam as células são liberadas para dar início ao processo de cicatrização.

Todo esse processo pode ser dividido em 3 fases: inflamatória, proliferativa e maturação. Por isso que qualquer que seja a área que precisar de reparo vai doer, ficar quente, vermelho, ter casquinha, ficar com a sensibilidade diferente, inchada e coçar.

A cicatriz nada mais é que uma “massa de colágeno” resultante do processo de regeneração do tecido.

Todo esse processo depende das nossas células sanguíneas e dos mediadores químicos que também vem da energia da glicose.

O fibrinogênio libera a fibrina que podemos imaginar como fios. Há a formação de coágulos que formam uma “teia” que seca e forma uma casquinha. Isso ocorre nos primeiros dias (3 a 5) e dependendo da lesão o que ocorre por baixo das camadas superficiais da pele vai demorar para terminar e esse é o verdadeiro processo de cicatrização.

Quando ocorre um corte não muito profundo outras células entram em ação: os miofibroblastos que se ligam ao colágeno e a matriz extracelular (composta por proteína e glicose) formando um elástico que aproxima as extremidades e fecha o corte. Esse processo pode demorar uns 10 dias. Cortes profundos terão o processo de cicatrização similar, mas precisam de ajuda de pontos cirúrgicos para seu fechamento.

O processo de remodelamento tem início, em média, após o vigésimo dia da lesão (20 dias) e pode durar de meses a mais de um ano. Por isso é muito importante respeitar o tempo de repouso e a recomendação médica para cada caso.

Se a pessoa puder fazer um repouso absoluto nos primeiros 15 dias já vai ajudar muito e se puder evitar as atividades pesadas referentes a cada processo cicatricial pode ter certeza de uma boa regeneração.

Beber muita água, dormir bem e se movimentar assim que permitido também ajudam em todo o processo que depende muito da circulação sanguínea, linfática e do funcionamento do coração, do pulmão e do fígado.

E mais uma vez o “general” está na batalha! Sempre pronto para a ação e cheio de energia para realizar os processos que dele precisam. Já escrevi sobre esse órgão maravilhoso e suas funções essenciais para nossa vida. (leia nos textos sobre fibromialgia, o limite do rigor, qual a sua ação, os ensinamentos da madeira)

Estava conversando com uma amiga querida sobre a importância do “território biológico” para os processos de recuperação do ser humano. Seja se recuperar de uma doença, de uma cirurgia ou de um trauma sofrido (físico ou emocional).

Não se trata só de ser feliz e satisfeito, ter inteligência emocional ou meditar. Ter um organismo com condições fisiológicas adequadas faz toda a diferença na recuperação e até na extinção das patologias.

Além de beber muita água, a dieta equilibrada e a prática regular de exercícios possibilitam um bom funcionamento do organismo e toda essa regeneração celular.

Nunca sabemos quando vamos nos machucar ou precisar fazer uma cirurgia e estar com o “território biológico” em dia vale a pena! Se temos uma boa base ou um bom alicerce fica mais fácil construir uma casa que será segura e não precisará de muita manutenção.

E como sempre falo dos órgãos e suas emoções é bom lembrar que a raiva intoxica o fígado e passar nervoso ou comer besteira prejudicam esse órgão que é um dos principais nesse processo de regeneração. Aliás as próprias células hepáticas (do fígado) realizam essa função.

O fígado cuida do sono e dos fatores de coagulação, nutre os tendões, ligamentos e músculos e regula o funcionamento do coração. Junto com o baço e o pâncreas cuida da nossa imunidade e da nossa desintoxicação, além de organizar nossos pensamentos e nos promover motivação.

E como falar de feridas e cicatrização e não citar o coração partido?

Ah, o coração partido precisa de ajuda nesse processo de cicatrização! O coração machucado não distribui sangue direito, nubla os pensamentos e causa confusão. Oprime o peito e o pulmão, causando apego a uma situação que não dava mais. O pulmão apertado não deixa o rim filtrar e nem o fígado relaxar a daí em diante fica difícil fechar a ferida que para muitas pessoas não cicatriza não.

Para esse tipo de cicatrização há uma recomendação: mudar a dieta e praticar exercícios pois o fígado vai ficar forte e curar o coração!

Nem sempre tão fácil, nem sempre tão simples mas com a certeza que nossas escolhas refletem também nossos processos de regeneração celular.